sábado, 25 de junho de 2011

Projeto Ecoparade




 Ecobase do artista Dan Mabe, que ficará no Parque Burle Marx, no Panamby
INTERVENÇÃO URBANA
Ecoparade espalha ‘casas para lixo’ por São Paulo
A partir de 18 de junho, uma intervenção urbana tomará conta da cidade de São Paulo por três meses, para incentivar os cidadãos a destinar corretamente os materiais recicláveis que descartam
A ideia é simples, mas ainda dificilmente assimilada pela população: se cuidamos dos produtos que compramos, os guardamos bem na dispensa e na geladeira de casa, por que então descartar as embalagens de qualquer maneira, só porque estão vazias? Para Renato Becker, da empresa de educação para sustentabilidade Re9, devemos cuidar dos nossos resíduos da mesma forma como cuidados das nossas roupas, objetos ou outros bens de consumo. Isso porque nem tudo vira lixo após o uso e muito pode ser reaproveitado. Renato aplicou essa ideia ao idealizar o projeto Ecoparade, que a partir do dia 18 de junho invadirá oito áreas verdes de São Paulo.

A Ecoparade consiste em espalhar pontos de coleta de materiais recicláveis pela cidade para incentivar os cidadãos a encaminhar seu lixo da forma correta. Mas não se trata de lixeiras comuns. Além de ser uma solução ambiental, a intervenção urbana utiliza a arte para cumprir seu objetivo. As Ecobases, como são chamados esses pontos de coleta, foram criadas por artistas plásticos, grafiteiros e convidados.

Os materiais usados para construir as estruturas de dois metros de altura, que são semelhantes a uma pequena casa, também são, em sua maioria, recicláveis. Há, por exemplo, a Ecobase Jardim Vertical, de autoria de Eleonora Lins, que foi revestida com fibra de coco, capim e flores. Outro exemplo é a Ecobase Lousa, desenvolvida pela Re9, que terá lousa e giz para as pessoas deixarem mensagens. As "casinhas", como foram apelidadas por Renato, abrigam duas lixeiras cada, uma específica para o descarte de vidro e a outra destinada a papel, plástico, metal e embalagens "longa vida". Ao todo, elas têm capacidade para abrigar cerca de mil litros de resíduos.

[img1] A ideia para a Ecoparade teve inspiração em lixeiras semelhantes colocadas em um festival de jazz na Suíça, em que o descarte de lixo no chão era mínimo, para não dizer nulo. Os pontos de coleta revestidos de arte foram adaptados para o formato de casas. "Enxergamos uma iconografia mais forte, que é a questão do lar. As pessoas podem estabelecer essa relação subconsciente. Nas casinhas está a ideia de um armário onde os resíduos são gerados", afirmou o gestor ambiental durante apresentação do projeto à imprensa e convidados, realizada hoje, em São Paulo. Para ele, a arte é mais um incentivo e torna agradável o ato de destinar materiais.

A coleta e a destinação das latas de lixo das Ecobases para cooperativas de reciclagem serão feitas de acordo com o sistema de cada parque em que elas forem instaladas. São pontos das Ecobases a Praça Buenos Aires e os parques da Aclimação, Burble Max, Ibirapuera, Independência, Jardim da Luz e Trianon. Os resíduos encaminhados a cooperativas serão rastreados, através de um serviço de auditoria ambiental, e a organização da Ecoparede produzirá relatórios com amostragem sobre materiais e quantidade recolhida nesses locais. Os relatórios serão publicados no site do movimento*.
"Espero que a transformação na sociedade não seja simples e que cada pessoa seja responsável por aquilo que produz", disse Renato. E completou: "O único meio pelo qual vejo o funcionamento da logística reversa é o da responsabilidade compartilhada. Não acho que apenas o fabricante tem que pagar essa conta, os consumidores também devem ter participação no direcionamento dos materiais".
Para Olívio Guedes, diretor do Mube - Museu Brasileiro de Escultura e presidente do comitê curador da Ecoparade, o projeto é um "caminho diretor"’ para a educação da população: "Através da arte buscamos conquistar o viver bem e nos preocupar com o outro. Ao mesmo tempo, o lixo é dinheiro e pode ser reciclado". Além de Olívio e da Re9, fazem parte da curadoria da Ecoparade:
- Fabrício Dorado Soler, advogado especialista em Gestão Ambiental pela USP;
- Rafael Highraff, artista renomado com exposições em grandes galerias do mundo, e
- Coletivo 132, casa atelier que reúne artistas do grafite paulistano e internacional.

O movimento tem o apoio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Para o secretário Eduardo Jorge, o projeto ajuda na questão da mudança de hábito dos consumidores que, segundo ele, é a mais difícil de trabalhar dentro da política de resíduos. "São Paulo produz 17 mil toneladas de lixo por dia e a Secretaria de Serviços, que cuida especificamente do lixo, consegue recolher tudo o que a cidade produz e descarta. Mas em relação a reciclagem, realmente estamos devendo. Reciclamos apenas entre 1% e 2% dos nossos resíduos. É uma crítica feita com razão. Como sociedade, também estamos devendo reduzir nossa quantidade de lixo", afirmou o secretário.

A Ecoparade ainda contou com a participação da Comissão Cidade Limpa da Prefeitura, que analisou o modo de exibição das marcas nas Ecobases e no material de divulgação do próprio evento, de acordo com a lei Cidade Limpa. Depois dos três meses da intervenção, será realizado um leilão com obras dos artistas convidados, replicadas na estrutura da Ecobase. O dinheiro arrecadado será revertido para entidades de escolha dos artistas.

*Ecoparade

INTERVENÇÃO URBANA 

Ecoparade espalha ‘casas para lixo’ por São Paulo

A partir de 18 de junho, uma intervenção urbana tomará conta da cidade de São Paulo por três meses, para incentivar os cidadãos a destinar corretamente os materiais recicláveis que descartam

A ideia é simples, mas ainda dificilmente assimilada pela população: se cuidamos dos produtos que compramos, os guardamos bem na dispensa e na geladeira de casa, por que então descartar as embalagens de qualquer maneira, só porque estão vazias? Para Renato Becker, da empresa de educação para sustentabilidade Re9, devemos cuidar dos nossos resíduos da mesma forma como cuidados das nossas roupas, objetos ou outros bens de consumo. Isso porque nem tudo vira lixo após o uso e muito pode ser reaproveitado. Renato aplicou essa ideia ao idealizar o projeto Ecoparade, que a partir do dia 18 de junho invadirá oito áreas verdes de São Paulo.

A Ecoparade consiste em espalhar pontos de coleta de materiais recicláveis pela cidade para incentivar os cidadãos a encaminhar seu lixo da forma correta. Mas não se trata de lixeiras comuns. Além de ser uma solução ambiental, a intervenção urbana utiliza a arte para cumprir seu objetivo. As Ecobases, como são chamados esses pontos de coleta, foram criadas por artistas plásticos, grafiteiros e convidados.

Os materiais usados para construir as estruturas de dois metros de altura, que são semelhantes a uma pequena casa, também são, em sua maioria, recicláveis. Há, por exemplo, a Ecobase Jardim Vertical, de autoria de Eleonora Lins, que foi revestida com fibra de coco, capim e flores. Outro exemplo é a Ecobase Lousa, desenvolvida pela Re9, que terá lousa e giz para as pessoas deixarem mensagens. As "casinhas", como foram apelidadas por Renato, abrigam duas lixeiras cada, uma específica para o descarte de vidro e a outra destinada a papel, plástico, metal e embalagens "longa vida". Ao todo, elas têm capacidade para abrigar cerca de mil litros de resíduos.

[img1] A ideia para a Ecoparade teve inspiração em lixeiras semelhantes colocadas em um festival de jazz na Suíça, em que o descarte de lixo no chão era mínimo, para não dizer nulo. Os pontos de coleta revestidos de arte foram adaptados para o formato de casas. "Enxergamos uma iconografia mais forte, que é a questão do lar. As pessoas podem estabelecer essa relação subconsciente. Nas casinhas está a ideia de um armário onde os resíduos são gerados", afirmou o gestor ambiental durante apresentação do projeto à imprensa e convidados, realizada hoje, em São Paulo. Para ele, a arte é mais um incentivo e torna agradável o ato de destinar materiais.

A coleta e a destinação das latas de lixo das Ecobases para cooperativas de reciclagem serão feitas de acordo com o sistema de cada parque em que elas forem instaladas. São pontos das Ecobases a Praça Buenos Aires e os parques da Aclimação, Burble Max, Ibirapuera, Independência, Jardim da Luz e Trianon. Os resíduos encaminhados a cooperativas serão rastreados, através de um serviço de auditoria ambiental, e a organização da Ecoparede produzirá relatórios com amostragem sobre materiais e quantidade recolhida nesses locais. Os relatórios serão publicados no site do movimento*.
"Espero que a transformação na sociedade não seja simples e que cada pessoa seja responsável por aquilo que produz", disse Renato. E completou: "O único meio pelo qual vejo o funcionamento da logística reversa é o da responsabilidade compartilhada. Não acho que apenas o fabricante tem que pagar essa conta, os consumidores também devem ter participação no direcionamento dos materiais".
Para Olívio Guedes, diretor do Mube - Museu Brasileiro de Escultura e presidente do comitê curador da Ecoparade, o projeto é um "caminho diretor"’ para a educação da população: "Através da arte buscamos conquistar o viver bem e nos preocupar com o outro. Ao mesmo tempo, o lixo é dinheiro e pode ser reciclado". Além de Olívio e da Re9, fazem parte da curadoria da Ecoparade:
- Fabrício Dorado Soler, advogado especialista em Gestão Ambiental pela USP;
- Rafael Highraff, artista renomado com exposições em grandes galerias do mundo, e
- Coletivo 132, casa atelier que reúne artistas do grafite paulistano e internacional.

O movimento tem o apoio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Para o secretário Eduardo Jorge, o projeto ajuda na questão da mudança de hábito dos consumidores que, segundo ele, é a mais difícil de trabalhar dentro da política de resíduos. "São Paulo produz 17 mil toneladas de lixo por dia e a Secretaria de Serviços, que cuida especificamente do lixo, consegue recolher tudo o que a cidade produz e descarta. Mas em relação a reciclagem, realmente estamos devendo. Reciclamos apenas entre 1% e 2% dos nossos resíduos. É uma crítica feita com razão. Como sociedade, também estamos devendo reduzir nossa quantidade de lixo", afirmou o secretário.

A Ecoparade ainda contou com a participação da Comissão Cidade Limpa da Prefeitura, que analisou o modo de exibição das marcas nas Ecobases e no material de divulgação do próprio evento, de acordo com a lei Cidade Limpa. Depois dos três meses da intervenção, será realizado um leilão com obras dos artistas convidados, replicadas na estrutura da Ecobase. O dinheiro arrecadado será revertido para entidades de escolha dos artistas.

*Ecoparade
A ideia é simples, mas ainda dificilmente assimilada pela população: se cuidamos dos produtos que compramos, os guardamos bem na dispensa e na geladeira de casa, por que então descartar as embalagens de qualquer maneira, só porque estão vazias? Para Renato Becker, da empresa de educação para sustentabilidade Re9, devemos cuidar dos nossos resíduos da mesma forma como cuidados das nossas roupas, objetos ou outros bens de consumo. Isso porque nem tudo vira lixo após o uso e muito pode ser reaproveitado. Renato aplicou essa ideia ao idealizar o projeto Ecoparade,  que a partir do dia 18 de junho invadirá oito áreas verdes de São Paulo.

A Ecoparade consiste em espalhar pontos de coleta de materiais recicláveis pela cidade para incentivar os cidadãos a encaminhar seu lixo da forma correta. Mas não se trata de lixeiras comuns. Além de ser uma solução ambiental, a intervenção urbana utiliza a arte para cumprir seu objetivo. As Ecobases, como são chamados esses pontos de coleta, foram criadas por artistas plásticos, grafiteiros e convidados.

Os materiais usados para construir as estruturas de dois metros de altura, que são semelhantes a uma pequena casa, também são, em sua maioria, recicláveis. Há, por exemplo, a Ecobase Jardim Vertical, de autoria de Eleonora Lins, que foi revestida com fibra de coco, capim e flores. Outro exemplo é a Ecobase Lousa, desenvolvida pela Re9, que terá lousa e giz para as pessoas deixarem mensagens. As "casinhas", como foram apelidadas por Renato, abrigam duas lixeiras cada, uma específica para o descarte de vidro e a outra destinada a papel, plástico, metal e embalagens "longa vida". Ao todo, elas têm capacidade para abrigar cerca de mil litros de resíduos. 


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